Golpe Militar derruba Presidente eleito pelo povo no Egito.
O conselheiro para a segurança nacional do presidente Mohamed Mursi, Essam al-Haddad, denunciou nesta quarta-feira um "golpe de Estado militar" após a expiração de um ultimato do exército e a proibição feita a vários líderes da Irmandade Muçulmana, incluindo Mursi, de sair do Egito. Tanques do exército foram posicionados perto de uma manifestação de muçulmanos partidários de Mursi no Cairo.
"No interesse do Egito e para a precisão histórica, devemos chamar o que está acontecendo com o seu verdadeiro nome: um golpe de Estado militar", declarou Essam al-Haddad em um comunicado publicado no Facebook, pouco após o fim do prazo estabelecido por um ultimato do exército exigindo que o presidente Mursi atenda "as reivindicações do povo".
Os opositores do presidente islâmico se reuniram em massa nesta quarta-feira em várias cidades do país para pedir sua demissão no momento em que o prazo do ultimato chegou ao fim.
Na segunda-feira, os militares haviam dado 48 horas ao chefe de Estado para "satisfazer as reivindicações do povo", sob pena de receber um plano redigido pelo exército que prevê, segundo a imprensa, uma suspensão da Constituição e um governo de transição.
Mursi, acusado por seus detratores de ter concentrado todos os poderes em benefício da Irmandade Muçulmana, o grupo conservador islâmico do qual faz parte, se recusou categoricamente a deixar o cargo, argumentando que sua eleição democrática lhe confere "legitimidade". Ele rejeitou o ultimado do exército, afirmando que não vai obedecer a nenhuma ordem.
Antes do fim do prazo estabelecido no ultimato, o chefe do exército egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, estava realizando uma série de reuniões com o representante da oposição, Mohammed ElBaradei, e chefes religiosos, além de líderes dos movimentos de jovens.